O conselho, a frase ou uma palavra de incentivo pode ser a diferença entre desistir ou seguir em frente.
No meu primeiro vestibular, minha Mãe deixou a seguinte frase rabiscada em um pedaço de papel : “o impossível é o possível que nunca foi tentado”.
Para nós, o curso superior era algo impossível. Até aquele momento não havia ninguém na nossa família com curso superior. Sem falar que não tínhamos condições financeiras para pagar uma instituição privada.
Alguns anos depois, já formado e estudando para concursos, o Lucas, um grande amigo e incentivador, abriu meus olhos sobre a dinâmica dos concursos em Brasília. Até então, só tentava concursos com vagas para Belo Horizonte.
Depois disso, no segundo concurso, conquistei minha primeira aprovação e me mudei para a capital do país.
E hoje vou retribuir o que minha Mãe e o Lucas fizeram por mim e quem vai sair ganhando é você. Eu vou dar 6 conselhos para inspirar você na sua caminhada.
São 7 conselhos para você:
- focar no que realmente importa;
- criar um ambiente favorável paro o seu sucesso;
- resistir aos comentários maldosos;
- não perder tempo com dados inúteis;
- parar de adiar suas decisões;
- diminuir os excessos da sua rotina;
- e se apaixonar pela sua trajetória.
Vamos lá.
Conselho 1: Entre fazer ou esperar que os outros façam por você. Simplesmente faça.
Em 2009, depois de conquistar minha primeira aprovação, eu tinha três opções: esperar pelas progressões da carreira, torcer pelas negociações dos sindicatos ou seguir nos estudos para ser aprovado em outro concurso.
Adivinha qual foi minha escolha?
Eu segui nos estudos, pois acreditava que com um pouco mais de dedicação seria possível conquistar um cargo com uma remuneração melhor.
Dessa forma, eu direcionei meus esforços para ocupar uma vaga no ciclo de gestão do Poder Executivo federal. E depois de alguns anos conquistei minha tão sonhada aprovação.
E em 2016 o cenário se repetia. Mas com uma diferença: estudar para concursos não estava mais na lista. Já havia prometido que depois dessa conquista aposentaria a caneta de concurseiro.
O que eu fiz?
Fundei o Arsenal Concursos com objetivo de ajudar você na sua caminhada e colocar em prática um antigo sonho de empreender.
Entre fazer ou esperar, seguir em frente ou ficar parado. Eu simplesmente faço, sigo em frente.
Você não pode garantir que o mundo mude para atender suas expectativas, mas pode mudar para aproveitar as chances que são dadas.
E não há mudança sem ação, sem se esforçar para alcançar o resultado.
Por outro lado quanto mais você faz, mais oportunidades você cria.
Quanto mais você aprende, maiores são as chances de ser aprovado e mais concursos você pode tentar.
Não espere o momento perfeito, foque na sua rotina de estudos, na melhoria contínua da qualidade da preparação, na busca por mais tempo e no acúmulo de conhecimento.
Ninguém vai fazer por você o que só você pode fazer.
Conselho 2: Crie um ambiente favorável para os seus estudos
Mantenha ao seu redor pessoas com o mesmo objetivo.
Embora o estudo seja uma atividade solitária, é inegável a força do trabalho coletivo em prol de um objetivo.
A natureza é rica em exemplos: alcateia, cardume, manada. Todos são regidos pelo instinto de sobrevivência.
Construa seu clã concurseiro, com amigos que estejam na mesma caminhada, entendam suas dificuldades e ajudem nos momentos de fraqueza. Enfim, que sejam guiados pelo instinto da aprovação.
Deixe de lado pessoas tóxicas que não acreditam em você ou no concurso público como caminho para crescimento. Não tente converter um ateu ou cultivar no deserto. Cada um carrega consigo crenças e convicções que são, praticamente, imutáveis.
Siga seu caminho, seja criterioso com suas companhias.
Afinal, você é a média das cinco pessoas com as quais passa a maior parte do seu tempo, já dizia o autor, empreendedor e palestrante americano Jim Rohn.
Conselho 3: Você não é obrigado a ser aprovado
Às vezes, o esforço não é proporcional ao resultado: você estuda, estuda, mas a aprovação não chega.
Para quem não entende do assunto, essa demora sugere falta de dedicação. Mas pode ser justamente o contrário.
Nesse momento, surgem os comentários: “já passou?” , “o João passou de primeira” ou, pior ainda, “será que um dia você vai conseguir?”
Tenha paciência.
Você não é obrigado a ser aprovado, porque você não pode garantir quando surgiram oportunidades, nem como será o nível da concorrência.
Pode ser que o concurso que você estuda demore mais que o esperado para sair.
Ou que você não tenha tempo para acumular o conhecimento necessário para vencer a concorrência.
Enfim, a sua missão é seguir em frente, estudar da melhor forma possível, tentar as provas que surgirem e persistir até conquistar sua vaga.
Conselho 4: Esqueça os números que não dizem nada
1 milhão de inscritos e 100 candidatos por vaga são números que não servem pra nada. Talvez só para dar notícia e chamar sua atenção.
Segundo estimativas, baseadas numa pesquisa que acabei de criar, mais de 50% por cento dos candidatos vão só por curiosidade.
São as pessoas que deixam a sala de aplicação o mais rápido possível e só vão fazer a prova por influência alheia.
E por volta de uns 10% estão na briga: é aquela galera que já frequenta a lista de aprovados ou já estuda há algum tempo.
Talvez se tivéssemos o histórico de cada candidato – quanto tempo estuda, já tentou outros concursos, já foi aprovado – esse números pudessem ser úteis.
Mas, ainda sim, não ajudaria muito, pois cada prova é uma história diferente. E, como nos investimentos financeiros, resultados passados não garantem resultados futuros.
O problema que esses números, na maioria das vezes, são desmotivadores. Sai a concorrência com 100 por vaga e você já desiste, antes mesmo de tentar.
Quem garante que você não seria aprovado? Ou então tem uma única vaga disponível e, por isso, você não tenta, quem garante que não era a sua vaga?
Toda vez que tiver concurso para sua área. Se você está estudando, pague a inscrição e faça a prova. Você tem que pagar para ver.
Mesmo que você não seja aprovado você vai aprender mais, identificar suas dificuldades e ganhar mais experiência.
Toda prova serve como um diagnóstico da sua preparação. E isso, também, é muito bom. É como se fosse uma bússola para sua conquista.
Além disso, muitas vezes o concurso chama mais do que as vagas previstas. No último concurso do STF, em 2013, eu não fui aprovado dentro das 4 vagas previstas no edital.
Ainda assim, eu fui nomeado para o cargo e vários depois de mim, a lista foi até o 32º aprovado.
Não perca as oportunidades por conta de quantidade de inscritos. Afinal de contas, você só precisa de uma vaga.
Conselho 5: Quanto mais você adiar, mais difícil vai ficar
Por que em dado momento somos livres para fazer o que quiser com o tempo e em outro não?
Na infância o tempo é largo, lento e generoso. Podemos fazer o que quiser, quando quiser. Quando vejo um bebê dormindo em um carrinho tenho uma certa inveja. Deu sono, dorme. Simples assim.
Na adolescência, vem os amigos, os compromissos escolares e as escolhas que mudam a vida. Já se foi um pouco da liberdade e a responsabilidade vai chegando.
Na fase adulta, o tempo é curto, praticamente espremido entre compromissos profissionais, pessoais e familiares. O dia começa e termina sem você perceber.
Costumo brincar que o tempo na vida é como comer uma pizza no domingo à noite. Primeiro você come sozinho, depois divide com os amigos e, por fim, com os filhos, esposa e mais alguém que surja de surpresa, ou seja, você quase não come.
O tempo, desde o começo, é o mesmo. 24 horas todo dia, por volta das 6hs amanhece e lá pela 18hs anoitece.
Mas, você, definitivamente, não é o mesmo. Se o tempo fosse te acompanhar na loucura da sua vida, teria que ter 48 horas, ou até 72 horas. Só pra garantir.
Como isso é impossível, é melhor escolher o que vai fazer com a parte da sua vida, no tempo que você tem. E aí, qual será o sabor da sua ínfima parte da pizza?. Porque o tempo, esse é eterno. Mas você nem tanto.
Conselho 6: Menos é muito mais.
O excesso virou regra para se comunicar, informar e consumir.
Antigamente nem todos tinham telefone fixo, hoje toda população tem telefone celular. Antes a notícia estava restrita aos jornais, hoje todo mundo é fonte de informação.
E o que isso tem a haver com concurso? Tudo.
Todo esse excesso leva sua atenção embora. E ela é essencial para seu aprendizado.
Só 20% das pessoas têm momentos de concentração total pelo menos uma vez por dia. A maior reclamação que eu recebo é sobre a dificuldade para se concentrar.
Por isso é fundamental você combater os excessos. Menos é muito mais.
Mas como eu aplico isso na minha rotina?
Priorize sua preparação.
Não adianta querer passar em concurso, fazer uma pós-graduação e viajar o mundo. Aliás, talvez a especialização seja possível, quando estiver relacionada com os estudos para concurso.
Não subestime o tamanho do desafio, os editais são cada vez mais enciclopédicos. E você precisa de tempo e disposição para dar conta de acumular todo conhecimento necessário.
Outra dica é: evite o excesso de materiais.
Ás vezes, só um curso completo já dá conta do assunto. Ou então seja necessário um livro e um curso. Enfim, escolha os materiais fundamentais e siga em frente.
E tenha em mente que o seu objetivo é aprender a matéria para resolver questões. De modo que você não precisa montar uma biblioteca, nem se tornar um doutor no assunto.
E não importa a quantidade de conteúdo que você tenha, mas quantas vezes você já leu, releu, aprendeu e revisou aquele conteúdo.
Um bom livro ou curso é feito para ser aproveitado, para extrair o máximo de conhecimento. Ele não deve ser descartado depois do primeiro contato.
Conselho 7: Apaixone-se pela caminhada
Num almoço com um casal de amigos. Não pude deixar de notar o entusiasmo da filha deles ao brincar com uma simples caixa de papel.
Ela jogava a caixa para o alto, batia com ela na mesa e tentava mordê-la. Enfim, ela se divertia.
É interessante como nós, os adultos, tentamos em vão, definir um local para as brincadeiras. Mas as crianças, não dão nem bola, se divertem em qualquer lugar, com as coisas mais improváveis.
Além do local para a diversão, convencionamos comportamentos: no trabalho tem que ser sério e o estudo, chato.
No armário organizado da vida adulta, cada coisa tem sua gaveta. Mas como sou desorganizado, fiz do estudo minha caixa de papel. E sugiro que você faça o mesmo.
É fato: sem estudo não há aprovação. De modo que você vai ficar várias horas sentado na cadeira estudando. Então faça desse momento o mais divertido possível.
Separe um local confortável, sem barulho, com um café quentinho e uma água gelada. Escute músicas já conhecidas, ou do estilo barroco, para ajudar na concentração. Eu já tinha meu playlist de estudos, quando começava a primeira música, eu já entrava no clima.
Como gosto de rap, geralmente, a primeira música era nesse estilo. Dessa forma já começava motivado. Até hoje me lembro de um trecho de Vida Loka – pt 1 dos Racionais MC’s:
“Fé em Deus que ele é justo
Ei irmão nunca se esqueça.
Na guarda, guerreiro, levanta a cabeça, truta.
Onde estiver seja lá como for
Tenha fé porque até no lixão nasce flor..”
Tomar gosto pela preparação vai facilitar, e muito, sua vida.
Mas como eu faço isso?
Como tomar gosto pelos estudos
Envolva-se com a matéria e, na medida do possível, aplique seus conhecimentos na sua rotina. Enfim faça do seu estudo uma atividade interessante.
Explique para outras pessoas o que você aprendeu, minha esposa não estuda para concursos, mas aprendeu muita coisa com minhas explicações.
Sua preparação é um momento de redenção. Afinal, você está investindo seu tempo para ter um futuro melhor, tanto para você como para seus entes queridos. Então faça valer a pena cada minuto de estudo.
A diversão é mais sobre você do que o local ou o que você faz. Se uma caixa de papel pode ser divertida, por que aprender novas matérias não pode ser?
👏👏👏👏parabéns Rafa por mais essa conquista Deus abençoe vc
Amém, muito obrigado Silvana.
Muito bom! Inspirador. Parabéns pelo texto!
Muito obrigado pelo elogio Leonardo.