Arsenal Concursos | 6 Lições aprendidas na minha trajetória nos concursos: de estagiário à servidor público de uma carreira de elite do governo federal.

6 Lições aprendidas na minha trajetória nos concursos: de estagiário à servidor público de uma carreira de elite do governo federal.

Escrito por Jefferson Rafael

em outubro 10, 2018

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A frustação é necessária para seu crescimento, como o fermento é para o bolo.

Antes de me tornar universitário, acumulei 8 reprovações: 4 escolas técnicas e 4 vestibulares. O sonho de estudar na escola técnica impulsionou meus estudos, o que foi fundamental para minha aprovação no vestibular. Mesmo sem saber, eu já me preparava para um desafio ainda maior.

Para conquistar meu primeiro cargo público, acumulei mais de 10 reprovações. Cada uma delas mostrou lições valiosas para minha evolução, como uma bússola para a vitória.

Hoje vou compartilhar essas lições, para que você dê uma guinada na sua trajetória nos concursos, sem passar pelas mesmas frustrações que passei.

#Licão 1- A mudança de trajetória: o poder transformador da educação

Num fim de tarde, no ano 2002, estava em casa para habitual conversa com minha mãe. Tinha 17 anos e era hora de tomar um café e uma decisão, duas opções estavam à mesa: trabalhar em uma nova empresa ou estudar em período integral.

No curto prazo, a primeira era melhor: teria dinheiro para trocar de moto, sair mais vezes e comprar um computador. Tudo que eu mais sonhava naquela época. No longo prazo, a segunda era melhor: seria o primeiro universitário da família, teria mais oportunidades de emprego e um salário melhor. Tudo que minha mãe sonhava.

Nessa conversa, decidi pelo longo prazo, felizmente.

Sem essa decisão, tudo que vivi nos últimos 10 anos não existiria. Não teria sido aprovado no vestibular, depois nos concursos.

A educação é o futuro do país e pode ser o seu futuro também, apesar de tudo e de todos, você pode usar essa ferramenta para mudar seu destino.

Se tem a oportunidade de estudar, não deixe-a passar. Não subestime o poder das suas decisões. Bastou uma para eu chegar até aqui.

#Lição 2 – Assistir à aula não é estudar

Depois de tomar a decisão de seguir o caminho dos estudos, surgiu uma nova rotina: todos dias, acordava cedo, por volta das 6 da manhã, pegava um ônibus para Franco da Rocha, e depois um trem para a estação da Lapa, em São Paulo. Tudo isso, para chegar às 7 hs no Cursinho da Poli, na avenida Ermano Marchetti.

Por volta das 13hs, chegava em casa para almoçar. Estudava pouco à tarde, talvez pelo cansaço ou por preguiça mesmo. Inocentemente, acreditava que só assistir às aulas era o bastante.

Fim de tarde, era a hora de ir para a escola para mais 3 horas de aula. Eu cursava o 3º ano no ensino médio. Meia noite, chegava em casa para jantar, dormir e recomeçar tudo no dia seguinte.

Não é preciso dizer que o sono era protagonista da minha rotina. Mas a superação era necessária, venho de escola pública, com um aprendizado defasado e precisava tirar a diferença para ter condições mínimas de disputar uma vaga no vestibular.

Depois de um ano nessa rotina. A dedicação foi intensa, mas o resultado foi desastroso, quatro reprovações: na FATEC, USP, UNICAMP e no CEFET.

Além de sentir na pele a dificuldade, aprendi uma importante lição: não basta assistir às aulas, é preciso estudar.

Na aula você entende o assunto, situa esse novo conhecimento em meio a outros já aprendidos, é como achar o local de uma peça no quebra-cabeça . Contudo, é na hora de sentar sozinho na cadeira e estudar que o aprendizado acontece.

Prova disso foi que no outro ano, em 2003 , depois de terminar o ensino médio, ajustei minha rotina para assistir aulas pela manhã e estudar à tarde. O resultado foi glorioso, passei no vestibular para o curso de Sistemas de Informação na Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros).

#Lição 3 – Crie o hábito de estudar

Os tempos de cursinho pré-vestibular forjaram em mim o hábito de estudar.

Ele foi a base para tudo que veio depois: universidade, trabalho e concursos.

Acredito que, para ser bem sucedido, todo mundo tem que estudar: o empresário, o médico, o mecânico, o carpinteiro, o engenheiro, e claro, o concurseiro.

Se não tem, crie o hábito a partir de agora, separe um tempo para investir no seu principal ativo, você mesmo. Não há investimento com melhor retorno.

Mas você sabe o que é estudar ?

O estudo é feito por meio da escrita, e não vale só ler, marcar ou sublinhar o material. A escrita deve ser feita a mão por meio resumos, esquemas ou diagramas.

Enfim, estudar é escrever os principais pontos da matéria, com uma postura ativa e buscando o aprendizado, não só o entendimento.

Uma boa estratégia é usar fichas para colocar seus rascunhos, pois facilitam também o processo de revisão.

Eu costumo dividir uma folha A4 em quatro pedaços, dessa forma, sou forçado a ser conciso. Além disso, você pode usar siglas, mnemônicos ou símbolos.

Enfim, você tem que se apropriar do conteúdo estudado e trazê-lo para o seu universo, assim, será mais fácil de aprendê-lo.

#Lição 4 – Estudar para concurso é diferente de tudo que você viveu.

No ano de 2007, estava no final da minha graduação e decidi começar minha trajetória nos concursos.

No primeiro concurso, li um livro completo, quase 1000 páginas e mais de dois quilos, resultado: 1 questão na prova sobre o tema e a primeira reprovação.

Isso me incomodou, estudei 2 horas por dia durante 3 meses, era uma rotina mais puxada do que a da graduação, mas, ainda assim, não fui bem. Percebi que precisava aprimorar meu método de estudos, pois toda minha experiência educacional, até então, não era o bastante para esse novo desafio.

3 erros da preparação e 1 estratégia

O primeiro aspecto era o equilíbrio, pois negligenciei o estudo das matérias básicas, principalmente, português e direito. Estava no começo da minha jornada, nesse momento era melhor o conhecimento horizontal do que vertical, ou seja, era melhor saber um pouco de tudo, do que muito de uma coisa só. Eu fiz, justamente, o contrário.

Outro ponto que precisava melhorar era o comprometimento. Tinha quatro horas disponíveis para o estudo diariamente, mas só usava a metade. Enrolava para acordar e adiantava o almoço, com isso estudava a metade do tempo disponível pela manhã. Sem edital na praça, esse comportamento seria até perdoável, mas com edital lançado, jamais. Depois que o concurso foi lançado, todo tempo deve ser aproveitado.

Por fim, faltou um planejamento prévio de estudo, não tinha ciclo, nem cronograma de estudos, simplesmente, estudava pelos livros que já tinha da época da graduação. Para não cometer esse erro, criei a estratégia “QQC”, ou seja, antes de iniciar minha preparação, respondo três perguntas :

1. O “que” estudar ?
O edital tem essa resposta. Você pode usar um ciclo ou cronograma de estudos para definir a ordem e o tempo dedicado para cada matéria.

2. “Quando” estudar ?
Quais serão os horários e dias dedicados ao estudo ? Vai estudar de manhã ? Na hora do almoço ? À noite ?

3. Como estudar ?
Vai ser por meio de livro, pdf ou videoaula. Você pode buscar a bibliografia usada pela banca para auxiliar na escolha das referências.

Com isso, você otimiza seu tempo de estudo.

Concurso exige um equilíbrio, comprometimento e planejamento adequados. Era tudo que eu não tinha no começo da minha jornada.

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#Lição 5 – Estabeleça um concurso como objetivo para direcionar seu esforço

Em 2008, surgiu o edital para o cargo de Analista de Finanças e Controle, da CGU. Após ver as matérias que seriam cobradas, notei que quase tudo era novidade e, como sempre, não daria tempo de aprender tudo.

Mas decidi tentar para ganhar experiência. Depois de um exaustivo dia de prova, sai cansado, zonzo, faminto e com a sensação de que a aprovação seria possível, bastava um pouco mais de estudo.

Com esse otimismo, fui pesquisar mais sobre esse cargo, descobri que ele faz parte do ciclo de gestão, que é composto por carreiras estratégicas de diversos ministérios e, atualmente, tem uma remuneração bruta inicial de R$ 18.981,14.

São cargos desse ciclo: Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG), Analista de Comércio Exterior (ACE), Analista de Finanças e Controle (AFC) e Analista de Planejamento e Orçamento (APO). Para ficar mais claro, o AFC é uma carreira da CGU e do Ministério da Fazenda, o APO e o EEPPG do Ministério do Planejamento e o ACE do MDIC. Atualmente o cargo AFC foi renomeado para Auditor Federal de Finanças e Controle (AUFC).

Além do salário atraente, a regularidade do lançamento dos editais para esses cargos chamou a atenção. Até 2010, só para o cargo de AFC, houvera concursos nos anos de 2003, 2005 e 2008. Todos organizados pela ESAF e com editais para a CGU e o Ministério da Fazenda, embora seja o mesmo cargo, o conteúdo cobrado em cada edital é diferente.

Diante desse cenário foi fácil estabelecer como objetivo o concurso da CGU.

Três ensinamentos desse episódio

Primeiro, observe a regularidade do lançamentos de editais e a existência de cargos similares. Há exemplos na área de controle (tribunais de contas e controladorias), fiscal (secretarias de fazenda) e judiciária.

Segundo, um concurso de alto nível exige uma preparação “pré-edital”. Por conta do alto volume de matérias, não é indicado começar a preparação, após a publicação do edital.

Por fim, não tenha medo de editais enciclopédicos, faça provas que tirem você da zona de conforto. No meu caso, foi útil para redefinir meu objetivo, posteriormente.

#Lição 6 – Nunca pare de estudar

No ano de 2009, com o concurso da CGU em mente, dei início à uma 2ª fase da minha preparação, pela primeira vez, estava estudando para um concurso antes do lançamento do edital. Na espera, eu fazia provas para concursos similares, principalmente do ciclo de gestão, para me acostumar com o estilo de prova da ESAF.

Em 2010, fiz prova para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Rio de Janeiro. Já em “2011” fiz prova para o cargo ACE. Até que, em 2012, foi lançado o tão aguardado edital para CGU. Será que, finalmente, seria aprovado?

A empolgação tomou conta, pois já tinha visto quase toda a matéria do edital, só precisava fazer alguns ajustes, por conta do novo edital e estava pronto para a prova.

Parecia um filme e eu era o sniper que aguarda, pacientemente, o ajuste da mira. Era a hora de atirar. A rotina ficou intensa: estudava antes do trabalho, no almoço e a noite em casa.

No dia da prova – realizada no UNICEUB, em Águas Claras – estava nervoso, mas consegui me concentrar. Após o término, veio o sentimento de alívio. Era o término de um ciclo.

O nervosismo voltou na conferência do gabarito. Em 2008, não tinha feito a pontuação mínima para a mesma prova. Mas dessa vez fora diferente, estava na briga por uma vaga. O esforço tinha valido a pena.

Depois de alguns dias, saiu o resultado final da prova objetiva e preliminar da discursiva e meu nome estava fora da lista. Fui classificado, mas fiquei fora das vagas, por causa de 3 questões.

Nesse momento, o desânimo chegou, acompanhado das dúvidas.

Será a hora de parar ?

Havia chegado o meu limite ?

Afinal, estávamos em 2013 e já se passavam 5 anos seguidos de estudo. Toda virada de ano, eu reforçava o mesmo objetivo: a aprovação em um concurso da CGU.

O momento decisivo

Não parei de estudar e como recompensa conquistei mais algumas aprovações, mas não eram com a remuneração almejada, e prossegui com os estudos.

De tanto persistir, em 2015, conquistei uma aprovação para o cargo de Analista de Planejamento e Orçamento (APO) – Especialidade: Desenvolvimento de Sistemas. E o melhor, com a segunda colocação na classificação geral, com a melhor nota da prova discursiva.

Toda a preparação para a CGU foi vital para minha a aprovação no cargo de APO. Se tivesse desistido ou parado, hoje estaria no meu antigo cargo e essa história não existiria.

Não deixe de escrever sua história. Resistir ao impulso de desistir faz parte da preparação.

Quando tudo isso tiver passado, você vai olhar para trás e ver que tudo valeu a pena.

E aí ?

O que você achou ? Será um prazer bater um papo com você

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Comentários ( 9 )

  1. Lucas Mariano disse:

    Sensacional sua trajetória e muito inspiradora! Tenho grande vontade de me dedicar aos estudos novamente, mas sempre me esbarro na organização do tempo. Adorei suas lições!

    1. Grande Lucas, muito obrigado pelos elogios.

      Realmente conciliar trabalho, estudo e família não é uma tarefa fácil.

      E não tem jeito, tem que dizer não para algumas coisas para priorizar os estudos.

      Boa sorte na sua caminhada e conte com a gente.

      Forte abraço.

  2. Paulo Miguel Junior disse:

    Parabéns Jé! Conteúdo muito BOM meu amigo! Continue em frente pois seu novo trabalho servirá de inspiração para muitos! Um grande abraço da nossa família!!!

    1. Opa Paulão, muito obrigado pelos elogios.

      Trabalhamos todo dia para apoiar e inspirar quem está na batalha dos concursos.

      Forte abraço.