Arsenal Concursos | Como se organizar financeiramente para estudar para concurso

Como se organizar financeiramente para estudar para concurso

Escrito por Jefferson Rafael

em outubro 10, 2018

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As dívidas não deixam você estudar direito? Falta grana para comprar material? Pagar a inscrição é um sacrifício?

Não tem jeito, tem que gastar para ser aprovado, tanto para aprender como para concorrer. Afinal, cursos, apostilas, livros e inscrições, na maioria das vezes, não são de graça.

Eu sentia isso na pele quando viajava para fazer provas. Na época morava em Montes Claros, Minas Gerais, e costumava ir para Belo Horizonte e Brasília. Os custos de hospedagem, alimentação e passagens eram altíssimos para um pobre estagiário.

Dessa forma, você tem que se organizar financeiramente para não faltar grana pelo caminho.

Para isso, vou compartilhar dicas, sugestões e ferramentas para:

Comecemos então.

Como construir a reserva financeira para investir no seu sonho

Seu salário não dura o mês inteiro? Chega na metade e já acabou?

Temos que virar esse jogo.

Para isso, não tem fórmula mágica. Tem que gastar menos do que ganha. Você pode fazer isso pelo aumento da receita ou diminuição da despesa. Você escolhe.

O importante é fechar o mês com saldo positivo.

Assim, você não se preocupa com dívidas e imprevistos, e estuda mais tranquilo. Sem falar que tem mais dinheiro para investir no seu sonho.

Mas como faço isso?

Estratégia 1 : Como controlar suas finanças

1º passo: Para onde vai seu dinheiro: os registro rotineiro das despesas

Tenha consciência das suas despesas. Mas não vale confiar só na memória. Se você agir dessa forma, vai esquecer parcelamentos e gastos rotineiros, e ainda supervalorizar seu salário.

Por isso, você tem que saber o destino de cada centavo. Isso é simples, basta registrar suas despesas. Vai dar um pouco de trabalho, mas vale a pena.

Você pode usar um caderno, planilha ou aplicativo. Faça da forma que for mais prática e conveniente. Só não pode deixar de registrar.

Eu uso o Organizze, um sistema gratuito que pode ser acessado pelo site ou aplicativo. Faço registros mensais, que são extraídos do meu extrato bancário. O fato de usar só o cartão facilita esse processo.

Se você usa mais dinheiro, o aplicativo pode ser mais útil pois facilita o registro no ato da compra.

Além do registro, você pode estabelecer metas para as despesas, principalmente para os custos variáveis como como lazer, alimentação e supérfluos.

Tenho dois amigos: um estagiário e um engenheiro. O primeiro ganha R$ 1.000 (mil reais) e gasta R$ 500,00 todo mês. O outro ganha R$ 10.000 (dez mil reais) e gasta R$ 11.000 (onze mil).

Quem é mais rico ?

A maioria tende a dizer que o engenheiro é mais rico. No entanto, se os dois forem demitidos após um ano. O estagiário terá R$ 6.000,00 na poupança, e o engenheiro uma dívida de R$ 12.000,00.

Nesse cenário, o estagiário é mais rico, embora seu salário seja 10x menor que o do engenheiro.

Não se engane, riqueza não é o quanto você ganha, mas quanto sobra todo mês.

2º passo: Não basta registrar é preciso monitorar os gastos.

Depois das despesas registradas e as metas estabelecidas, é a hora de ver o que deu certo e o que deu errado.

Isso pode ser feito semanal, quinzenal ou mensalmente. Eu fico com a terceira opção.

É o momento de ver se as metas não foram superadas, traçar melhorias no controle e cortar as despesas desnecessárias.

Com as despesas e receitas registradas, você tem essas informações na mão em segundos.

Foi numa dessas revisões que resolvi levar marmita para o trabalho, ao invés de comer fora todos os dias. Com isso, consegui uma economia mensal de quase R$ 1.000,00.

Além disso, entendi que quanto maior o meu gasto, mais refém sou da minha renda mensal. Sem perceber tomamos decisões simplesmente para pagar contas, e não para construir um futuro melhor. Como o profissional que odeia o trabalho, mas não pode largar porque está endividado.

Não se engane: despesa é como cabelo. Com passar do tempo, ambos crescem e precisam de cortes.

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Alerta para quem já é servidor !

Se você recebe gratificação, não conte com esse dinheiro para despesas futuras.

Embora o conselho seja específico, acredito que vale para todo mundo que recebe uma renda extra.

No serviço público, além do salário você pode receber funções e gratificações. No Poder Executivo federal, as mais comuns são a de Direção e Assessoramento Superior (DAS), a Função Comissionada do Poder Executivo (FCPE) e as Função Comissionada Técnica (FCT).

Em geral elas são ocupadas por servidores que se destacam na sua respectiva área ou por indicações políticas, como é o caso do DAS que não é exclusivo para servidores públicos.

A gratificação é de livre nomeação e exoneração. Na prática, seu chefe pode conceder ou retirar quando quiser.

Vamos viajar no tempo.

Você foi aprovado, nomeado e entrou em exercício em Brasília. Todo mês suas contas fecham no zero a zero, sem sobra e sem dívidas.

Depois de alguns meses, de muito trabalho e empenho, você é chamado na sala do chefe e, para sua surpresa, é nomeado para um DAS 3. Com isso receberá um aumento superior a R$ 2.000 (dois mil reais) todo mês.

Feliz com a conquista, você já pensa em gastar a gratificação e decide comprar um carro novo. Afinal, ela dá e sobra para pagar a parcela de um financiamento, ainda mais de 24 meses.

Um ano depois, ao chegar ao trabalho, você é surpreendido novamente. Mas, dessa vez, a notícia não é boa. Você perdeu seu DAS. O chefe mudou e o novo decidiu nomear outro em seu lugar.

E, para não ficar endividado, você vai ter que se virar para pagar as 12 parcelas restantes do financiamento.

Evidentemente, esse cenário é variável, seja para quem trabalha no nível federal ou municipal, no Poder Executivo ou Judiciário, no TCU ou no INCRA. Alguns são mais suscetíveis às mudanças políticas, outros menos.

Mas em todos os casos a gratificação é de livre nomeação e exoneração.

Estratégia 2: Como comprar materiais para estudar para concurso de forma inteligente

Dica 1 – Evite materiais de baixa qualidade: o barato pode sair caro

Depois de ver quais matérias serão cobradas na prova, você vai no Google para encontrar o conteúdo que ainda não tem.

Nesse momento, você acha de tudo: apostilas, vídeo aulas, notícias e livros. E o mais tentador: tudo a um clique de distância.

Muitas vezes, você baixa o material só pelo fato de ser gratuito e cobrir alguns itens do edital, ou compra porque está muito barato. O problema é quando esse conteúdo está desatualizado, incompleto e com erros. Você perde tempo e dinheiro.

Eu já cometi essa falha e comprei um material que prometia cobrir “tudo” de TI. Realmente, ele cobria quase todos os itens que constavam no edital. Contudo, cada item era extremamente resumido e incompleto. Infelizmente, só descobri isso mais tarde.

Como era meu primeiro contato com alguns temas, presumi que só o conteúdo do material bastava.

A preparação rendia muito bem. Cada dia conseguia matar vários itens do edital. O único problema foi no dia da prova: nada do que foi cobrado estava presente no material.

Tentei economizar na preparação, mas tive só prejuízo. Além da reprovação, tive que reaprender todo o conteúdo.

Para não enfrentar esse problema. Seja criterioso na compra de cada curso, seja presencial ou virtual, livro ou apostila. Analise cada material, busque opiniões favoráveis e contrárias, e experimente os materiais gratuitos disponíveis.

Prefira matérias de autoria de professores com experiência em concursos. Existem apostilas, os famosos “PDF’s”, que são mais completas que vários livros sobre o assunto. Além da teoria, elas trazem questões atualizadas e contextualizadas para o seu concurso.

Seus materiais são o alicerce da sua preparação, a fonte de conhecimento para o seu aprendizado. E estudar por conteúdos de baixa qualidade, é como construir um castelo de areia: uma hora tudo desaba.

Dica 2 : Faça da sua preparação seu maior investimento

Um teste rápido.

Quantos celulares você comprou nos últimos 5 anos ?

E quantos livros você comprou no mesmo período ?

Se você comprou mais celulares, não se sinta envergonhado. 30% da população brasileira nunca comprou um livro, aponta pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada em março de 2016.

Chegou a hora de mudar esse comportamento e investir mais no seu conhecimento.

Não é novidade que investir em educação traz um bom retorno. Um estudo da FGV, de 2008, já mostrava que o salário aumenta quase 15% para cada ano de estudo.

Para concursos públicos, acredito que essa relação possa ser ainda mais favorável, pois você pode saltar de um salário mínimo para uma renda superior a R$ 10.000,00, depois de alguns anos de estudo.

Não é fácil. É preciso tempo, paciência e dedicação. E, claro, uma boa dose de otimismo.

De certa forma, estudar para concursos é como investir em ações, imóveis ou montar um negócio. Você planta hoje para colher no futuro.

E a única certeza que temos é que sem plantação não há colheita. Zero investimento é igual a zero retorno. É só ficar parado para que nada aconteça.

Dica 3 – Evite o excesso de materiais

Muito material não significa muito aprendizado. Na verdade, pode ser justamente o contrário. É tanta fonte que você morre de sede.

No anseio de aprender, você compra uma infinidade de livros e cursos sobre o tema, baixa um monte de apostilas. Quando um bom curso completo e/ou um livro sobre o tema poderia resolver.

O seu objetivo é aprender o conteúdo para ser aprovado. Para isso, não é necessário montar uma biblioteca de um assunto, nem se tornar um doutor no tema.

Foque em extrair o melhor de cada material. Em cada sessão de estudo produza seu próprio conteúdo, como resumo, mapas mentais ou fichas de estudo.

Troque o excesso de materiais comprados pelo excesso de conteúdo produzido, quanto mais você produz, mais você aprende.

Eu tenho um resumão, para cada matéria, com os principais pontos cobrados, questões chave e minhas impressões.

Depois de alguns anos, esse conteúdo foi capaz de sanar minhas dúvidas mais frequentes. Em raras ocasiões, eu consultava o material que extrai o aprendizado.

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(Bônus) Duas ferramentas gratuitas para organizar sua preparação

Quarto bagunçado, algumas xícaras na escrivaninha e um monte de roupas em cima da cama. Esse era o cenário da minha rotina de estudos.

Quem me visse ali sentado, não teria dúvidas sobre minha desorganização. Afinal, quem acha que as roupas vão sozinhas para o guarda-roupa não merece muito crédito.

Mas, para concursos, a coisa era diferente. Toda vez que sentava para estudar, já sabia em qual ponto a matéria seria retomada, o que deveria ser revisado e como estava o andamento dos meus estudos.

Tudo isso com uso Google Drive e AnkiWeb, que são ferramentas gratuitas. E o melhor, com a informação disponível em qualquer lugar para qualquer dispositivo.

Parece até propaganda, mas não é. Elas foram muito úteis, por isso o entusiasmo.

No Google Drive, guardava o registro diário dos estudos, planejamento de ciclos e registro de resumos.

De modo que tinha acesso a tudo em qualquer lugar e dispositivo.

Com o AnkiWeb, resolvi o meu principal problema: a revisão.

Outra ferramenta que tem esse objetivo é o Quizlet.

Atualmente, existem várias ferramentas que cumprem esses propósitos de organização. Muitos estudantes gostam do Evernote, por exemplo.

Enfim, pesquise, experimente e escolha uma para montar seu kit de aprovação.

E aí ?

O que você achou ? Será um prazer bater um papo com você

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Comentários ( 3 )

  1. Flaviana Aparecida Veiga disse:

    Excelentes dicas,realmente vida de concurseiro é cheio de altos e baixos ,principalmente qdo bate a ansiedade e a insegurança,é necessário persistência, é plantar pra depois colher, obg ..

    1. admin disse:

      Muito obrigado pelo comentário.